sexta-feira, 14 de agosto de 2009

XXV - Ser invisível

Ser invisível

ao tato e ao paladar do outro. E não por vontade própria (a lápide de Keats).
Dossel de criaturas insonoras. Dão as mãos entre escadarias brancas e curvam os pescoços.

Nossos calcanhares de ectoplasma estralam tanto! Mas correnteza encobre tudo, carregando as mortalhas sem endereço, cheias de soluções e rotina.

Nós, nós não somos surdos.
O marulho inconsútil:

pedras pedras
pedras pedras
pedras pedras

As gargantas ateiam fogo e brasa.

Ó! aquele cuja pele foi tornada oceano (no bori tari taya tathagyata)
Tentei pisar-lhe os pés. Havia uma poça clara, afundou-me até o pescoço.

Cá estão, sob o nevoeiro... o braço de Aquiles, o ventre de Medéia, as praias de Bizâncio...

São cristais os ossos. Um pátio de sono abaixo, dia a dia.

sábado, 8 de agosto de 2009

VIII



- A namorada da Maria gosta

de Lacan


- Amiina são as minas que tocam cordas
no Sigur-Rós

Os versos foram cortados errados. Tendo em vista que a idéia geral é simplesmente apresentar a sonoridade da fala, a métrica espontânea da linguagem falada, os versos deveriam estar dispostos assim:

- A namorada da Maria gosta de Lacan


- Amiina são as minas que tocam cordas no Sigur-Rós