quarta-feira, 11 de maio de 2011

XCVIII - Paisagem prontamente imaginada – Hommage ao domingo




Borboletas e salmões coloridos no prato de plástico.

Praças pintadas de bandeirinhas triangulares.

O chão cobriu-se com latinhas de coca-cola

E beberam o ar que agasalhava as falanges, de manhã.

Ontem os óleos do sono foram tomando as pálpebras

E voltamos para adormecermos por sobre os tapetes de pétala

Pêras. Lembro, abria o seu hálito doce.

E sossegava o queixo nas mãos recitando alguns versos de Drummond e dos Vedas

Abertos por cima de Vergilius e Clarisse que já adormeciam dentro, na bolsa de lã trançada com os doces desenhos africanos.

Ninfas navegam a brisa alisando o cabelo da grama, dançam entre solenes árvores milenares

Que emprestaram silenciosamente sombra e mesura para ditadores militares.









terça-feira, 10 de maio de 2011

XCVII - o balde verde




desculpem, quem viu a foto d´um balde verde por aqui
é um desses contratempos escrever
e adormecer esquecendo o que prontamente deixou
para outros propósitos, é claro, aqui
é q utilizo às vezes o espaço deste blog
para postar em outro, outras coisas
que necessitam estar já na internet
para aparecerem por lá, questões técnicas do blogar
é louca essa situação
uma bem específica,
no mínimo de uma interpretação possível,
algo mallarmaico e plausível,
questão de dados e
(da(dos)da)
(dos)
também havia outro poema
que apaguei
vou precisar retrabalhá-lo
para ele não criar confusão
demasiada
não, não estou matando um poema, meus amigos
ele foi carinhosamente ventre-guardado
numa prática folha de word 2003
e lá vai ficar até uma boa revisada
tb tô é me poupando (só um pouco) da dor de cabeça
caríssimo público do espetáculo
acá iniciado neste mais que humilde espaço
e imensamente grato
por qualquer cabreiragem, cerveja,
reciclagem ou experiência
por aqui partilhad(os)a
o completamente louco e doido varrido escritor dessas linhas
não cansa de lhes agradecer a agradável e gentil visita, aqui debaixo do sapato



texto escrito por uma formiga















segunda-feira, 9 de maio de 2011

XCVI



o dia riu com o dedo da criança apontando a lua
nem ligue pra esse astro, morda a bochecha
depois que você descobrir que toda forma é vazio
volte para nem toda forma é vazio e assim por diante
faça o samu, cuide da sua casa como se ela fosse você mesmo,
não faça coisa alguma, acenda um cigarro e ouça e veja o sutra dos sapos coaxando: é mais místico e verdadeiro que qualquer outra coisa. não faça nada disso, eu só falo besteira.