Abrir o leque.
Oceanofazer o riozinho do quadrado com quadrados "errados".
Formas de dar voz (ou cara) a uma percepção que não encerra o fenômeno da percepção em si em um conceito de realidade definitiva.
Como os movimentos de Yamaguchi-sensei no tatame: dobrar o quadrado com o redondo - o redondo dos quadris,
redondo do zero.
A arte pode ser como palma de Buda. Palma vazia.
Nem só de “Bom dia” e “Será que vai chover” (arroz de experiência) pode viver o homem. A não ser que queira manter-se fechado, preconceituoso, intolerante, ignorante, irreal.
Sempre gostei de ver os quadros de Mondrian, dentre outros motivos, porque são bons exemplos desse aspecto da arte de redescobrir aspectos do real (essa coisa que n´existe pa, afinal).
Também gosto deles porque, ao contrário do expressionismo abstrato, são “de boa”. Não carregam emoção forte (Pollock), sonho forte (Kandinsky). É beebop , não Billie Holiday.
Acho divertido olhar essas pinturas. Mas não falo de mera gestalt de senso comum. Acho interessante mesmo a idéia de invenção: vento fresco, des-velamento.
No entanto tem que colocar o egão de artista de lado. Arte para espairecer o espírito, fazer aumentar os olhos, não o umbigo.
Às vezes essa pode ser uma forma de começar a perceber melhor o que também quer dizer harmonia: saber aceitar (e até muitas vezes apreciar) a mudança inerente a todas as coisas.
Notas: A pintura acima é de Piet Mondrian, se intitula "Composition in Blue" e supôe-se que foi composta em 1917.
Mondrian foi o criador do Neoplasticismo e formulador de teorias estéticas próprias.
Clicando na imagem ela aparece em tamanho maior... melhor pra apreciação.