& o q há
pra ser cantado
ah tédio divino
ócio sagrado
1 -
porque eu não consigo pensar sem registro
xanthus
(nos aventuramos em mundos externos)
pois eu ainda não tenho uma mente
enquanto o sol se punha no palácio
as pessoas seguram firme para manter a posse
a membrana é fina contém toda a vida
você perde suas arestas
lábios são como você me alcança
a voz é um sólido - um sólido volátil
aqui eu me sinto lá -
o outro lado do mar
o som de engrenagens e parafusos
agitando-se em redemoinho de clareza leitosa
se esforce e lute em uma folha fina
experiências em cidades estrangeiras
como portas fechadas sibilando
conte os painéis de cor avermelhada
eu queimo lilases na minha caminhada
uma aranha sendo esmagada
pisoteado e lentamente voltando à vida
volte
rajadas de uma só língua com cauda de sílaba
birra de poder de suas próprias convicções
volte
celular fundido
inorgânicos e nebulosos eles existem
volte
rajadas de uma só língua com cauda de sílaba
na luz misteriosa
euxino
olímpico
então lembre-se de sua boca ensanguentada e rindo
sombras que encontram o momento
ainda acho que tudo é edição
sem crucifixo sangrento
nossos terrores pós-sonho
movimento geral da natureza, como o vento
egeu
as pequenas janelas nos aviões
o conforto dos sapatos
bebendo água da montanha
2 -
DON´T WENT FOWARD
Eu te escuto
Você não quer voltar da realidade
eu regozijo
meu cérebro sim deprimente
eu te odeio
e devagar o dia permaneceu
mas duvidoso
esta carroça ainda ficou
mas sim ficou
ficou dali volta pior,
ficou?
Não quero ignorar
o que impede querer errado
possuo eternidade a encontrar
cooptar
"Eu quero explorar a Amazônia junto dos USA."
(genocida governante canalha,
discípulo dos embusteiros)
extra!
implodiram as torres
mister trump deve
a deus
E AO DIABO
"...& como deve!"
e junto até seus mais
medíocres apoiadores
:têm dúzias de orgasmos
os credores
fervilha wall street
- fedentina névoa
carregada do vírus -
aos berros os apostadores
"é festa nos infernos!"
afiam facas torturadores
salivaram línguas nos dentes
outros futuros fantasmas
famintos bolsossauros
agonizarão vosso meteoro
cadente esmagando
o esgoto
mais uma vez de joelho
gado tolo tagarela
elefantes perfumados
tropeçam dos saltos
água fluente
dragões celestes regozijam
grande satisfação
doces ou dores
vagam
odores
de lembranças
esvoaçando
memórias
trêmulas
eletricidade
asas
de borboleta
guincho
dos pássaros
livres
no ar
explodindo
a manhã
tudo
vem
não surgindo
nascendo
de explosões
nada mais ao entardecer
possui sangue
névoa fantasmas
massas de gente
num transporte público
tentando voltar para casa
"que pandemia û quê
pra quem desvia de bala?"
tudo quer
por fim
dormir
ah a vida é maior
é maior do que você
e você não é eu
considere isso
aquilo foi apenas um sonho
sonho