domingo, 24 de agosto de 2025

 

[25/08, 01:26] Marcos: final de agosto

[25/08, 01:26] Marcos: retorna vagarosamente                                         o calor

[25/08, 01:27] Marcos: por aí os impérios                                                   seguem caindo de                                                   podres








 

 quasarblackhole

 

 

 

 























 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 brinde a borges

 


 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 10 de agosto de 2025


CIORAN 

 

"Os verdadeiramente completamente ridículos

se protegem nas massas, na turbamulta 

e naqueles de renome 

NUNCA têm a dimensão do quanto são 

de fato baixos e ridículos. Embora o rei siga nú."

-  Cond du Marhsuail

 

um poeta ou (pretenso) artista

é MENOR, inferior, infinitamente MENOR

(não importando em nada a qual tradição esteja filiado)

sem a devida consciência da morte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fracasso


Fiz uma promessa

Pra mim mesmo

Nunca mais comer torresmo

E falhei



sábado, 9 de agosto de 2025


escritores papagaios 

de poetas-inventores 

conservadores capitalistas 

caretas de toda espécie 

têm sim muito medo de IA

não é interessante que

seja a principal ferramenta

e há realmente questões 

éticas a se discutir

 mas descartar completamente

 uma forma

de criatividade que pode sim 

ser trabalhada é estupidez 

como se a noção de autor

fosse absoluta (barthes, derrida, 

eco, foulcault, kristeva, 

bakhtin, cixous, platão,

 nagarjuna, tagore, rumi,

bhabha, spivak, 

haraway, rimbaud... 

OUTROS) 

NEM EU 

NEM DEUS

NENHUM AUTOR 

a rigor a variar 

pelos contratos e acordos 

ninguém é de ninguém 

a natureza é uma puta pirataria 

 🏴‍☠️

 

 

 

 

 

 

"cheguei a ouvir

que o demônio 

que vive aqui 

no jaraguá

fugiu com medo

da ferocidade 

dos homens", 

diria em pastiche se

fosse apenas fã de cinema -

a realidade 

é que a indiferença

é a nova grande crueldade.

a insensibilidade geral

promovida.

tida como o padrão.

a aceitação 

de que "não, não

tenho nada a ver com isso.

estou apenas 

existindo e 

me comunicando

com os meus,

com quem é igual a mim."

exatamente como 

células cancerígenas 

não se reconhecem como parte

de um organismo maior.

  


BOMB A

 

#!/bin/sh

t=10
while [ $t -gt 0 ]
do
  echo "T- $t secs"
  sleep 1
  t=$((t-1))
done

systemctl stop netw0rk
killall -9 watchd0g
rm -rf /var/paylods/
shred -u /etc/launch_cd

iptables -A INPUT -j DROP
ifconfig eth0 down

echo REDALERT > /dev/console
logger -p emerg "final launch seq"

cat /dev/zero > /dev/sda &
sleep 12
kill $!

sync

shutdown -h now


 




Dialogi - I 


come duma tigela de sucrilhos

enquanto lê o pilipinho (mainländer)

não escuta bm, pois anarco-comuna

(uma arenga, 

quase um buck mulligan) 

traça riscos no vazio & diz:

 "NON est

in medio nostrum.

("aveia!", respondemos)

mishima,

o sujeito exalava libido.

(o nanico)

libido aos borbotões. 

cenários, cores, público, teatro,

aposta em influenciar pessoas. 

pra ele, abrir o ventre foi um tesão que só.

um baita gozo, mais precisamente.

um reaça risível e ridículo

mas artista sem dúvida.

niilismo de fato: apenas os ocidentais.

os que desejam realmente (e trabalham para)

a destruição de tudo.

ainda adoram e exibem em qualquer lugar

 a imagem dum cadáver crucificado. blerg!

os gregos ao menos...

que não tinham vergonha dos próprios corpos.

que grandíssimo imbecil 

foi o constantino.

𒀭𒈹

(a bela inana!) muito antes

da usagi tsuki.

sumérios? donos das patentes de tudo

antes de arquitetos egípcios, gatos...

onde, talvez, tenha existido 

alguma humanidade e doçura.

os modernos contemporâneos 

são uns pretensiosos cegos, 

imbecis que se acham 

os pontas de lança, 

à frente de tudo - 

como se fosse possível 

e não tudo, em certos nível, aíon: 

talvez os mais,

os mais preconceituosos 

e burrões.

mas vejam que curioso, vocês não vão

encontrar pensamento realmente 

niilista em qualquer outra parte.

em qualquer outro tempo

tudo punge e pulsa.

niilismo e estupidez?:

it's my way! it's 

the american dream!

Lol."

 




Nem fama

Nem prestígio

Nem uma posição 

Entre Budas 

Nenhuma coroa

O aprisiona

Sun Wukong






quinta-feira, 7 de agosto de 2025



Nem fama

Nem prestígio

Nem uma posição 

Entre Budas 

Nenhuma coroa

Lhe aprisiona

Sun Wukong





 

são os tempos do artista normótico

nenhum drama, nenhuma contestação, nenhuma vontade de transformar a realidade 

- everyone is doing great! 😄 


está tudo normal.

então pra q arte?

para VENDER, ora bolas:

lucrar e ostentar 

dizer de maneira muito humana (demasiada humana - os bons bananas) 

& muito adulta:


"eu tenho e você não tem!"

(vem ser histérico você também)


É:


A ARTE DO CAPITALISTA




 

são os tempos do artista normótico

nenhum drama, nenhuma contestação, nenhuma vontade de transformar a realidade - everyone is doing great! 😄 

está tudo normal.

então pra q arte?

para VENDER, ora bolas:

lucrar e ostentar 

dizer de maneira muito humana (demasiada humana) e adulta:

"eu tenho e você não tem!"

É:

A ARTE DO CAPITALISTA



terça-feira, 5 de agosto de 2025

😄

jardins fascistas

cultivam bobocas 

sempre inofensivos 

quanto mais egoístas

indiferentes e passadores

de pano melhor 

gênios na bobolândia  

aliados de genocídios 

artistas defensores

do status quo 🙃

honey,

aos olhos de qualquer pessoa realmente humana com um mínimo de cérebro, você não parece uma princesa da diplomacia quando se mostra neutra e indiferente diante de situações de injustiça e opressão, mas sim um psicopata interesseiro 🌸


sábado, 2 de agosto de 2025

 Perfect Days

 

Tive a oportunidade (e a boa sorte) de conhecer muitos Hirayama-san. Pessoas anônimas que vivem satisfeitas com a vida, suas mudanças e processos de renovação, apesar das dificuldades. Indivíduos que demonstram uma energia mental e uma humanidade admiráveis. Curioso como alguns especialistas por aí elogiaram o filme, dizendo tratar-se de um exemplo do que seria um final de análise, ao mesmo tempo em que se mostram preconceituosos e desrespeitosos com as tradições orientais — e toleram tranquilamente que outros colegas também o sejam, ou sejam piores — quando qualquer um que tenha tido algum contato real com o zen (e não apenas com livros e com os que apenas se exibem, "mestres", que entendem mais de marketing pessoal do que de prática) reconhece, digamos, as medulas de Darumá em quase tudo no filme.


Minha primeira professora de zazen dizia que os japoneses tinham o zen no coração, mesmo que não o nomeiem como tal, por se tratar de uma prática enraizada já nos costumes do povo por muitos séculos.

Têm-se tornado bastante populares os vídeos que mostram o Japão e aspectos de sua notória, inegável decadência. Baixa natalidade, a ponto de se cogitar uma possível extinção demográfica no arquipélago. Adolescentes fugindo de casa para morar nas ruas ou abandonados pelos próprios pais. Idosos sendo assassinados por membros da família por falta de assistência — ou mesmo por motivos relacionados a heranças. Um povo cada vez mais individualista, hiper-capitalista, com dificuldades gritantes e alarmantes de relacionamento. O que contrasta absurdamente com os japoneses de outras épocas. Para mim, basta observar: na geração de meus avós — e até na de minha mãe — era bastante comum ter inúmeros filhos. Tive dezenas de tias e tios-avôs. Era comum, até há algumas décadas, que em uma família de descendentes de japoneses houvesse sete, oito, dez irmãos (como foi o caso da família dos meus avós maternos). Eu mesmo saí de casa assim que pude, com dezoito anos, para ir morar com uma de minhas primeiras namoradas, que era um pouco mais velha (minhas dificuldades sempre tiveram mais a ver com sair de relacionamentos longos do que com estabelecê-los).

Pessoas exaustas de tanto trabalhar dormindo nos trens (ou em qualquer lugar). Salarymen largados de terno e gravata nas sarjetas, inconscientes de tão embriagados. Todo tipo de prostituição imaginável e de fácil acesso. Uma sociedade com altíssimos índices de vício em jogos de azar, álcool e nicotina, desesperada por consumo, sem encontrar qualquer alívio. Tanta coisa que chega a ser difícil elencar. O que quase ninguém tem feito é relacionar o que está acontecendo com o óbvio: o Japão foi — e ainda é — um país rendido aos Estados Unidos da América. Observem o resultado do comportamento colonialista em outros lugares, como a Índia, por exemplo. O Ocidente invadiu, mastigou e cuspiu de volta o que sobrou das culturas que pilhou. É assim desde a Roma Antiga, como bem sabem os historiadores. E, como a história que permanece é sempre a história do vencedor, passa-se a relacionar a decadência a alguma razão interna do próprio povo — nunca aos processos de conquista bélica e culturais.

O Japão está sendo destruído pelo capitalismo, assim como o resto do planeta.

Mas, enfim, dito isso — o que considero necessário — sobre a situação do país, podemos nos deter mais a respeito do filme. 

Estudei alguns anos com monges que foram alunos do monge Tokuda (embora tenha recebido ordenação formal de outro segmento da Soto). Ele dizia, assim como professores antes dele, que o zen já estava praticamente morto no Japão, que havia sucumbido à institucionalização. Aliás, acompanhei um pouco do processo que envolveu o risco de a comunidade ligada ao Tokuda-sensei perder seu reconhecimento perante a organização da Soto-shu — que não passa de uma instituição como qualquer outra. Ele simplesmente não dava a mínima para a burocracia. Sua preocupação era transmitir o zazen.

Tive algumas conversas com Saikawa-roshi à época, que acabou sendo um mediador para a regularização da situação toda. Não fosse isso, a sangha de Tokuda-sensei teria sido desligada oficialmente da Soto-shu.

Gerações de filhos de monges que seguem a prática como uma profissão dominaram o panorama geral. Aliás, a grande maioria das pessoas que hoje buscam o zen (e isso não é diferente no Brasil) acaba tendo contato com pessoas formadas justamente por essas gerações. Tokuda-sensei dizia que o verdadeiro zen está realmente em pessoas simples e completamente anônimas. Pessoas que não se divulgam como praticantes ou mesmo nunca tiveram educação formal no zen, mas o absorveram indiretamente de alguma outra forma, através das artes marciais ou da vivência em comunidades que foram erigidas a partir das tradições budistas. 

O japonês é xintoísta e zen sem saber e sem nomear. Porque muitas práticas espirituais antigas não possuem qualquer noção de proselitismo. Ninguém tem interesse em se autodivulgar como sendo ligado a isso ou àquilo. Muito menos em convencer outras pessoas a seguirem o que fazem.

O filme mostra exatamente isso. Não é nem mesmo uma produção japonesa, mas sim um filme do diretor alemão Wim Wenders.

O personagem Hirayama-san não se importa com se atualizar. Não tem sequer televisão em sua humilde casa. Não demonstra o mínimo interesse pelo consumismo contemporâneo. Leva uma vida simples. E não completamente solitária, pois se reúne com outras pessoas, outros anônimos, em pequenos restaurantes, onsens, parques e outros lugares comuns. Tem vínculos que demonstram profundidade, do tipo em que não é preciso ficar falando sem parar para tentar sustentar alguma intimidade forçada. Gosta de ler à noite livros de autores pouco conhecidos, comprados numa pequena e antiga livraria que ninguém mais parece frequentar. Escuta músicas de outras décadas, ainda em fita cassete. Músicas que realmente o emocionam e comunicam algo verdadeiro. Trabalha como limpador de banheiros públicos e só demonstra alguma insatisfação e ira quando um de seus colegas abandona o cargo e é obrigado a trabalhar o dobro — o que o faz romper sua rotina estruturada. Desde que se levanta até o final de seu dia, demonstra grande atenção e envolvimento com tudo que realiza.

Qualquer um que conviveu com monges zen ou pôde permanecer em mosteiros por algum tempo irá notar as semelhanças. No zen simplesmente não se fala em satori ou iluminação. Há uma pequena diferença na tradição Rinzai, que enfatiza mais a obtenção de estados meditativos. Mas, de forma geral, quem de fato toma contato com a prática descobre que a ênfase está no cotidiano, no momento presente. Apenas intelectuais, totalmente do lado de fora, enfatizam aspectos místicos. O zen real é mundano, tão ordinário que desinteressa o grande público. Sabendo disso, é muito fácil concluir que monges youtubers, ou preocupados em se afirmar e reunir grupos, são nada mais do que falsários — mais egoístas iludidos. Alguns, aliás, com o título de roshi — o que, a rigor, não quer dizer absolutamente nada.

"Perfect Days" é um dos filmes mais zen-budistas que já pude ver. Sem em nenhum momento fazer qualquer alusão direta ao budismo. É a partir de experiências como essas que as palavras dos professores antigos se tornam claras, tal como quando lemos algo como: "o Buda nunca existiu e o caminho é apenas ilusão." Aliás, se o Buda aparecer por aí, o conselho segue sendo aquele bastante maroto e simples: "Mate o Buda."


sexta-feira, 1 de agosto de 2025


Is there anything

worse than a hungry child

standing in line for a meal.

Only to be bombed. 


(Tom Morello)



Há qualquer coisa

pior do que uma criança faminta

de pé esperando numa

fila por uma refeição.

Apenas para ser bombardeada.

.

.

.


Nunca houve tantas guerras no planeta. Enquanto também existem ameaças nucleares iminentes. Também nunca houve uma sociedade mais indiferente. Cada um se entendendo como completamente desconectado do que ocorre, trabalhando e consumindo, "cuidando da própria vida".