terça-feira, 16 de novembro de 2010

LXXXIII - (primeira parte)




vão os dias desabando sobre o tédio

a corrida nas manhãs, e mais grana

e sempre à noite sobre os travesseiros

pedras afundam num nada abissal

homens feitos de bocejo nos ônibus

observam os pássaros nos prédios

e não há ônus com o que (impávidos!)

distraindo os rostos nas telas de sangue

vê-se paranóia nas esquinas, crack –

latas acesas, café da manhã

matilhas com mantas quadriculadas

e pés pretos pisando o asfalto imundo

e o mundo descendo por entre oceanos

de gentes e eu enroscadão, atrasado

no meio de tudo com as mãos nos bolsos

furados e sem fundos onde mexo

os dedos procurando alguns trocados

e pro busão até o trampo – vão trinta

minutos de chacoalhos, cotovelos

nuvens fechando o cinza sobre nós

edifícios estão fechando o trânsito

congestionado; estão fechando as portas

da lotação, vamos seguindo juntos

quietos, fechados em nossas trincheiras


***


e ela andou dizendo como andam ralos

os seus cabelos, e brancos também?

veja os meus, e só tenho vinte e poucos

e perder a segunda gravidez

por causa de estresse e mais discussões

ela culpou sua mãe e bateu a porta,

foi escutar sarah vaughan no seu quarto

ele trocou de carro? o notebook

veio da china, uma mamata da boa!

ó! empédocles, logo após ódio (o fogo),

o amor (as águas), sobrará pó para

espalhar por sobre quilhas nuas o ar

arrastando a vida, recomeçando

a morte, outra, outra vez, no seio de tudo

os mais bravos mesmo apesar de salvos

vão cair perante o tempo sem memória

dos homens dessas cidades de pedra

barata, homens sem deuses, sem mágica




(To be continued)




quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LXXXII - Salut!






As aves que saem dos seus lábios serão lírios

Frios e cisnes coagulando brancos sóis

Em seus olhos já inúteis e duros - seus

Seios (antes tal como neve nunca vista) se fecharão silenciosos

Ossos como porcelana sem memória

Em horas fundas dos cisnes coagulando brancos sóis

Abro meu abraço mole como seu sudário

Nosso hálito fendendo o espaço e quente como lágrima


















segunda-feira, 1 de novembro de 2010















bocejo:


quando abrimos a boca
do tigre


diagonais são círculos,


décio pignatari,


estão
como planetas
poisépoesia
poisé

é








...







esses são meus dias de hj













:








net

estrelas trafegam em transa-transe trafego (tanta coisa q tanto fico tonto
!
da(e(s)








:

















http://poisnao.tumblr.com/post/1320775114/be-a