quinta-feira, 31 de julho de 2025

 

não estamos conectados
mesmo em laços e grupos
estamos mais fechados
cada um em si mesmo
do que nunca

 

 

 

 

 

brasil 
ill um dos mais ricos
e belos paraísos 
sob a luz dos sóis
 

repleto de terras raras,
mister trump
quando querem
só a carne
pois o espírito
é de temer
 

golpistas
boçais traidores
& entreguistas
since 1500
 

genocídios
made in europe 

all around the world
bostas de deuses
covardes
 

empurrados
impostos 
em buzinaços
ad aeternum
 

ah humanidade

embora o silício 

escasso
tão pouco 
desenvolvida
 

pilhar inda
é a via
as vias de fato

 

 

  9

mais, ainda. ainda mais poemas das obviedades

 

  

CLARO QUE REVOLUÇÃO]

-NÃO 

nenhuma revolução de fato

 

(NUNCA virá de cima) 

 

  menos ainda de dentro da própria

 estrutura

 ÉNÓIS

 

 

 

 

 

 

NÃO SERÁ TELEVISIONADA

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 ∞∞∞

≋≋≋
 Y


🐍🐍🐍

🌀

 

 


 

 

 

333333


invadir as redes dominadas pelo imperialismo & exibir poemas de protesto, arte de vanguarda (que é das coisas que mais irritam fascistas, de fato - obras que não se oferecem à interpretação fácil. obras que apontam para a liberdade de um não-sentido-obrigatório (lembrando com barthes que a verdadeira fórmula do fascismo não é impedir de dizer, mas sim: obrigar a dizer. tal como a oposição "oficial" - oposição que já sai vencida - dos dias de hoje, que adota a linguagem e os métodos do neoliberalismo). 

colisões. não sentido, não formas definidas. algo, aliás, como a vida e a realidade - pura vacuidade repleta de possibilidades, probabilidades) seria um baita dum novo movimento artístico e poético...

não fossem os poetas contemporâneos um bando de nerds que mal sabem carregar um windows. narizes empinados que têm preconceito até com videogames. passadistas, sim. não raro odiadores de tecnologia (embora sejamos o país que inventou a poesia concreta: aff!).
repito: uma época em que o fascismo avança e se espalha tanto só poderia, obviamente, estar repleta de contemporâneos egocêntricos e conservadores (por mais que se mostrem e se entendam como progressistas, "esquerda", etc). a situação é tão terrível que nem mesmo desconfiam. nem mesmo se enxergam minimamente como de fato são. cada um em sua bolha. cada bolha em suas bolhas. grupos fechados altamente narcísicos. todos se acreditando a última e única bela estrela da manhã? ora vejam, tal como terraplanistas, antivacinas e demais abominações contemporâneas? 

sim. outro aspecto de nossa época de excesso e de domínio da informação. dividir e conquistar na ilusão de algum agrupamento, algo mais velho do que os velhos romanos pilhadores.

existem esforços. e/ou ao menos algum humor? um bom acaso? (que bom!). RECORDEM. mas, por enquanto, o mundo segue pilhado e perdido.

enfim, saudações. ave, kali!
o/

.

 (https://www.tecmundo.com.br/seguranca/406020-record-news-tem-sinal-invadido-e-exibe-video-com-mensagem-misteriosa.htm)

 

terça-feira, 22 de julho de 2025


 

O nível mais baixo de inteligência e completa insensibilidade em tempos contemporâneos é o que concebe que a boa vida seja apenas estar apto a consumir. A escravidão contemporânea. Viver para consumir, não para se aperfeiçoar como pessoa, ter a curiosidade de aprender o que ainda não se aprendeu, entender, compreender o que ainda não havia compreendido. 

Não existe riqueza maior do que possuir tempo para si mesmo. Trabalhar apenas para poder consumir é se animalizar de uma das piores formas possíveis. Alguém verdadeiramente rico é quem possui tempo de sobra. Inclusive para fazer absolutamente nada (de onde, aliás, ao menos para os orientais antigos, poderia nascer algo chamado sabedoria). A escravidão contemporânea imposta é trabalhar para poder consumir "infinitamente". A cenoura na vara de pescar que move a mula iludida. 

Poucos hábitos me parecem mais completamente idiotas do que o costume norte-americano de sair para fazer compras. Obviamente todos queremos algum conforto. Mas depois de ter todo o básico necessário, algumas pequenas regalias (por que não?), ainda assim sair para comprar mais, como se isso fosse algum tipo de entretenimento? O que será que se está tentando preencher com esse hábito? Que mente mais animalizada, sem curiosidade e insensível se regozijaria mais em chafurdar em consumismo vazio?  

Teria a mais absoluta certeza nesta vida do total fracasso como ser humano (capaz de racionalidade) se parasse por um momento e me visse inserido em tal circuito. Como um rato, mais um, apenas mais um, alimentando a máquina da guerra, do preconceito, da intolerância... Completamente inconsciente, feliz, satisfeito, indiferente e brutalmente idiotizado. Nas ruas junto às demais formigas hipnotizadas, sorridente, fazendo propaganda da Zumbilândia. Enquanto o planeta é devastado, crianças são assassinadas em guerras estúpidas, passeio distraído, como mais um dos imbecis colaboradores que alimentam toda a estrutura.
Nada nesta vida me daria a sensação mais clara do absoluto fracasso.

 


"Nasci sujeito, como os outros, a erros e a defeitos,

Mas nunca ao erro de querer compreender demais,

Nunca ao erro de querer compreender só com a inteligência,

Nunca ao defeito de exigir do mundo

Que fosse qualquer coisa que não fosse o mundo."


(Alberto Caeiro, Fernando Pessoa)

segunda-feira, 21 de julho de 2025


quando lavo os pratos

depois das refeições 

todo o universo 

é apenas lavar os pratos

que sentimento de inadequação?



quinta-feira, 17 de julho de 2025


campanula 


embora seja tudo impermanente

teu coração é eterno, sim, camarada

& quem sou eu 

pra te dizer o contrário?

& quem lhe disse que estou aqui pra isso?

eu? eu?

ainda mais eu

eu que não conheço nada

eu nunca me encontrei

eu que busquei a vida toda e não achei nada

sem ganho nenhum ganho

(você já viu a flor-de-sino?)

eu, que não conheço nenhuma verdade




rinzai-anhangá


Cultura de paz mental são milênios de prática de sentar com a própria mente e o vazio. Civilizações e culturas baseadas nessa prática. Jamais, jamais uma característica específica que um povo, uma "raça", etnia, teria desenvolvido como algum tipo de "vantagem", de forma "natural".

Sentar com o silêncio é um bom começo. Porque paz mental não é calma como pensa o idiota (patológico?) com mania de inferioridade, que precisa sair correndo para mostrar que tem o que, paranóico, suspeita que disseram que ele não tem. 

Zen NÃO é calma (os bodhisattvas já estão bem putos e cansados de repetir). Zen não é calma, como dita o clichê carregado de preconceitos (e normalizado no ocidente).

Como já disseram: muito calmos caminham os bois para o abate. A não ser o mais espertos, que berram a plenos pulmões.

Os Budas furiosos não têm paciência nenhuma com criançolas afetadas. Rinzai segue descendo a caralha.


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.

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Ps: "zen" é uma corruptela do japonês "zenna", que deriva da palavra chinesa "channa", que por sua vez deriva do sânscrito "dhyana". É possível dizer que a prática da meditação sentada foi sempre uma aquisição estrangeira. Não é possível dizer qual povo a iniciou, pois é muito antiga, superando a capacidade de nossa datação arqueológica. Encontram-se imagens, representações de pessoas sentadas em meditação em resquícios históricos de quase todos os povos, mas foi no oriente que, até hoje, mais se desenvolveu.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

sábado, 12 de julho de 2025

A verdade 


Vive

Quieta

Tranquila

No seu canto

É o que é

Não precisa

Se exibir

Ou competir

É o que é

Nem tempo

Nenhum deus

Aflige o que 

Vai como vai

O que

É o que

é

A verdade 

Vive

Quieta

Tranquila

No seu canto

É o que é

Não precisa

Se exibir

Ou competir

É o que é

Nem tempo

Nenhum deus

Aflige o que 

Vai como vai

O que

É o que é