quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

LXXXIII (terceira parte)





e vês que seguimos por entre os montes

nossos olhos apertados na testa

é o tempo sendo inimigo e louco

nesta cidade, ignomioso tempo,

mas... ah! e mais matilhas de algodão

lobos que contemplávamos nas nuvens

enquanto deitados naquela grama

naquele tempo que a memória ainda

deixa habitar algum momento agora

trrrrrrrrrrrrr e vimos começar tudo de

novo vozes velozes sobre os tímpanos

são as britadeiras, não brigadeiros

esse trânsito, tem gente vendendo

uma urucubaca pela janela,

no sinal, com duros pés de borracha

é a pouca proteção contra o asfalto*

que tem o seu corpo todo, espalhado

na paisagem cinza cheia de restos

do ano novo de alguns dias atrás

e seguindo pela estação da luz

tendo o lusíadas no suvaco e

são tantos tambores toda manhã

continuemos daqui até o final



(to be continued)