o amor
da minha vida espera
à tarde
amena
por entre os lençóis dos ventos
embalando e cobrindo
seu corpo
de leve tapeçaria sinuosa
e seus felinos olhos atentos
percorrem delicadezas
deuses bucólicos
dos quais posso afirmar
dançam à sua espreita
felizes os pássaros
que chegam a ti
também as abelhas
a lhe rodar nos ouvidos
canções das doces liberdades
que possuem
por terem
o peso
das brisas
vênus
por entre os relvados descendo
vem
assoprar
nas praias dos teus dedos
beijos os mais macios
és tranqüila
tão doce
mas
comigo só partilhas o mesmo espaço
apenas
em meus mais formosos devaneios
um claustro
e o momento
de sombras
vai se enchendo