sábado, 15 de janeiro de 2011

LXXXVIII







o amor

da minha vida espera

à tarde

amena

por entre os lençóis dos ventos

embalando e cobrindo

seu corpo

de leve tapeçaria sinuosa

e seus felinos olhos atentos

percorrem delicadezas

deuses bucólicos

dos quais posso afirmar

dançam à sua espreita

felizes os pássaros

que chegam a ti

também as abelhas

a lhe rodar nos ouvidos

canções das doces liberdades

que possuem

por terem

o peso

das brisas

vênus

por entre os relvados descendo

vem

assoprar

nas praias dos teus dedos

beijos os mais macios

és tranqüila

tão doce

mas

comigo só partilhas o mesmo espaço

apenas

em meus mais formosos devaneios

um claustro

e o momento

de sombras

vai se enchendo