BOST
M
A
N
Estávamos de pé, então, um de frente para o outro
Olhávamos - ninguém mais se olhava há muito tempo
Naquela casa repleta de mármore e tão poucas almas
Nas salas escuras e quadradas, amplas e sempre quadradas
Ouvimos nossa respiração – e o barulho dos motores, ruídos
Talheres, câmeras fotográficas, gente bláblábláblando seu capim
Há tanta poeira acumulada, pesando os ombros e o pescoço
In perpetum, o tédio o tédio o tédio o tédio o tédio O
Mas (“que bom que voltou”) estávamos nos olhando (“sim!”)
E eu via esse seu rosto de desenho simples e redondo – tão delicado...
E encostado no teu peito adormecia junto ao seu fôlego lento
... Mas aí ergueram as bandeiras, e os batalhões se formaram para a guerra
Voltamos às ruas para espalhar nosso ócio em nosso ofício
Lembrar que é do estômago e não da cabeça que vem aquele frio
Veja: não há como fugir das trombetas arranhando nossos tímpanos
Toda manhã, saudades – enquanto a vida se desfaz como um rio
vão os dias desabando sobre o tédio
a corrida nas manhãs, e mais grana
e sempre à noite sobre os travesseiros
pedras afundam num nada abissal
homens feitos de bocejo nos ônibus
observam os pássaros nos prédios
e não há ônus com o que (impávidos!)
distraindo os rostos nas telas de sangue
vê-se paranóia nas esquinas, crack –
latas acesas, café da manhã
matilhas com mantas quadriculadas
e pés pretos pisando o asfalto imundo
e o mundo descendo por entre oceanos
de gentes e eu enroscadão, atrasado
no meio de tudo com as mãos nos bolsos
furados e sem fundos onde mexo
os dedos procurando alguns trocados
e pro busão até o trampo – vão trinta
minutos de chacoalhos, cotovelos
nuvens fechando o cinza sobre nós
edifícios estão fechando o trânsito
congestionado; estão fechando as portas
da lotação, vamos seguindo juntos
quietos, fechados em nossas trincheiras
***
e ela andou dizendo como andam ralos
os seus cabelos, e brancos também?
veja os meus, e só tenho vinte e poucos
e perder a segunda gravidez
por causa de estresse e mais discussões
ela culpou sua mãe e bateu a porta,
foi escutar sarah vaughan no seu quarto
ele trocou de carro? o notebook
veio da china, uma mamata da boa!
ó! empédocles, logo após ódio (o fogo),
o amor (as águas), sobrará pó para
espalhar por sobre quilhas nuas o ar
arrastando a vida, recomeçando
a morte, outra, outra vez, no seio de tudo
os mais bravos mesmo apesar de salvos
vão cair perante o tempo sem memória
dos homens dessas cidades de pedra
barata, homens sem deuses, sem mágica
(To be continued)
As aves que saem dos seus lábios serão lírios
Frios e cisnes coagulando brancos sóis
Em seus olhos já inúteis e duros - seus
Seios (antes tal como neve nunca vista) se fecharão silenciosos
Ossos como porcelana sem memória
Em horas fundas dos cisnes coagulando brancos sóis
Abro meu abraço mole como seu sudário
Nosso hálito fendendo o espaço e quente como lágrima
POESIA (sua cadela!)
Dentro de todas as palavras: só o q há é o vento
Por isso eu sopro a buceta da palavra
Ela quer o meu
karalhu
ESSA COISA LARGADA NO CHÃO
eu
ego
R
jo
I
e
(sorrindo)
Io
revorto!
má que bela manhã, hj
11...
... de...
quando mesmo (?)
2010
os aviões
escrevendo mais nuvens
no céu entre gigantes
tal como podiam, creio
os gregos
com seus deuses
(como os patos
brancos
sob o lago
quem os vê sou eu ou a mente?
tchibum!
:tá explicado)
um pouco brigalhões
eu acho que faz parte
de
naturezas estranhas
como são as desses caras
e tudo é música, minha marrie
marrie, enquanto vai indo bem dessa FORMA
até que se encontre uma melhor
vamos indo tu e eu,
deixa lá o horizonte
se esparramando
como
ouro derretido sobre o céu:
o sol
vem de volta
devolve a cor
o pai de toda cor
coração que dor
quando
elanão
vem
eu
ego
R
jo
I
Io
revorto!
má que bela manhã, hj
11...
... de...
quando mesmo (?)
2010
os aviões
escrevendo mais nuvens
no céu entre gigantes
tal como podiam, creio
os gregos
com seus deuses
(como os patos
brancos
sob o lago
quem os vê sou eu ou a mente?
tchibum!
:tá explicado)
um pouco brigalhões
eu acho que faz parte
de
naturezas estranhas
como são as desses caras
e tudo é música, minha marry
marry, enquanto vai indo bem dessa FORMA
até que se encontre uma melhor
vamos indo tu e eu,
deixa lá o horizonte
se esparramando
como
ouro derretido sobre o céu:
o sol
vem de volta
devolve a cor
o pai de toda cor
coração que dor
quando
elanão
vem
!
cantando SUTRAS os pássaros entoando sutras e os gansos nos espelhos flutuando juntos às nuvens na tela do lago quack! entoando sutras cães presos contra os portões em coro contra o gato que flutua como por sobre um tapete DE ALGODÃO com desprezo e calma entoando sutras as NUVENS carregando a côrte de deuses e pombas EXPLODEM no meio deles estão todos cantando sutras(que) o avvvvvvvvvvvvvviãããããããããããããããããããoo o
!